Os primeiros encontros
Arseny Tarkovsky Cada momento passado juntos Era uma celebração, uma Epifania, Nós os dois sozinhos no mundo, Tu, tão audaz, mais leve que uma asa, Descias numa vertigem a escada A dois e dois,...
View ArticleTempo de poesia
António Gedeão – Movimento Perpétuo Todo o tempo é de poesia Desde a névoa da manhã À névoa do outro dia. Desde a quentura do ventre À frigidez da agonia. Todo o tempo é de poesia. Entre bombas que...
View ArticleIn memoriam Paul Éluard
Paul Celan Depõe no túmulo do morto as palavras que ele pronunciou para viver. Deita-lhe a cabeça entre elas, fá-lo sentir as falas da nostalgia, as facas. Depõe sobre as pálpebras do morto a palavra...
View ArticleCantos de Safo para Átis
Natália Correia Mon Athis n’est pas revenue sur ses pas!… Safo I Espero-a num silêncio de margem enfeitiçada do rio e da viagem. E na noite mais densa e mais acesa onde aranhas de luz tecem um corpo...
View ArticleDois Corpos Tombando na Água
Alice Vieira esperei por ti em todos os lugares errados - a quem pedir agora explicações? viver diziam-me era assim e não havia mistério nenhum nisso apenas um roteiro obscuro estabelecido entre o que...
View ArticleRecompensa
Natália Correia Despedaçada na vertente duma súplica fiquei intacta. Silente. Absoluta. Nos meus passos mais certos os vestígios. Nos meus olhos mais límpidos as águas. No meu corpo mais nitidez de...
View ArticleAmores
Ovídio Não devo atrever-me a defender os meus depravados costumes e a terçar falsas armas em defesa dos meus vícios. Confesso – se alguma utilidade tem confessar os pecados; mas logo depois de...
View ArticleOs Sonetos de Walter Benjamin
Walter Benjamin 68 Como o coral alastra a sua morte a arder em árvore púrpura no seio do mar com a temente alma no meio dos braços rubros presa do mais forte Com beijo amargo de ruína veio a ameaça Ela...
View ArticlePequenos Poemas em Prosa
Charles Baudelaire O semblante do primeiro Satã era de um sexo ambíguo, e havia nas linhas do seu corpo a molície dos antigos Bacos. Os belos olhos lânguidos, de cor tenebrosa e indecisa,...
View ArticleAquilo a que chamam amor
Charles Baudelaire Aquilo a que chamam amor é bem pequeno, bem restrito, e bem fraco, comparado à inefável orgia, à santa prostituição da alma que se dá toda inteira, em poesia e caridade, ao...
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